Acordo entre China e EUA em pausar por 90 dias, não resolve muito a situação das tarifas entre as Nações.

Redução de tarifas dos EUA sobre produtos chineses abaixo de 10% “não é plausível”, avalia especialista — Entenda os impactos globais

A discussão sobre a redução das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos à China voltou ao centro do debate internacional em maio de 2025. No entanto, segundo Nancy Bessent, renomada estrategista de mercado e consultora econômica, uma diminuição das tarifas para menos de 10% “não é plausível” no atual contexto geopolítico e econômico. O alerta reacende preocupações sobre o futuro do comércio global e a estabilidade das cadeias de suprimento internacionais.

Cenário atual das tarifas EUA-China

Desde a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, iniciada em 2018, os EUA aplicaram tarifas punitivas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses. Apesar de algumas flexibilizações pontuais nos últimos anos, as tarifas continuam elevadas, servindo como ferramenta estratégica de pressão comercial e diplomática.

Bessent, durante uma conferência com investidores nesta semana, destacou que qualquer tentativa de redução significativa das tarifas está atrelada a contrapartidas robustas por parte da China, como maior abertura de mercado, proteção de propriedade intelectual e equilíbrio na balança comercial. “Uma tarifa abaixo de 10% criaria um desequilíbrio nas negociações e seria vista como fraqueza pelos parceiros estratégicos”, afirmou.

Implicações econômicas e políticas

A manutenção de tarifas elevadas entre EUA e China impacta diretamente o comércio internacional, encarecendo produtos, afetando cadeias de produção e elevando a inflação em vários países. No entanto, uma redução drástica poderia gerar desconforto político interno nos EUA, especialmente em um ano pré-eleitoral, e enfraquecer a posição de negociação com Pequim.

A estimativa de Bessent se baseia em análises de tendência de mercado, declarações recentes de autoridades norte-americanas e no comportamento histórico das negociações comerciais entre os dois países. Ela acredita que o piso realista para as tarifas deve se manter entre 15% e 25% nos setores mais sensíveis, como tecnologia, energia e bens de consumo.

Reflexos no Brasil e nos mercados emergentes

A postura dos EUA em relação à China também tem reflexos diretos no Brasil e em outras economias emergentes. A manutenção de tarifas altas pode beneficiar o agronegócio brasileiro, que amplia suas exportações para o gigante asiático como alternativa a produtos norte-americanos. Por outro lado, indústrias brasileiras que dependem de insumos importados da China podem enfrentar custos mais altos e maior volatilidade no mercado.

Além disso, um ambiente de incerteza no comércio global tende a favorecer ativos considerados mais seguros, como o dólar americano e os títulos do Tesouro dos EUA, o que pode pressionar o câmbio e os juros em países como o Brasil.

Expectativas para os próximos meses

Com o cenário global cada vez mais influenciado por questões geopolíticas, especialmente no Indo-Pacífico e na Europa Oriental, especialistas alertam que uma normalização total das tarifas entre EUA e China está distante. Para investidores e empresas exportadoras, o momento exige cautela, análise de riscos e estratégias de diversificação.

A fala de Bessent reforça o entendimento de que, apesar dos sinais de reaproximação entre as potências, o comércio internacional continuará sendo influenciado por decisões políticas e estratégias de longo prazo.

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