Déficit do INSS em 2025 ultrapassa R$ 90 bilhões e acende alerta sobre sustentabilidade da Previdência.

O rombo nas contas da Previdência Social brasileira voltou a ser destaque em 2025. Segundo os dados mais recentes, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acumula um déficit superior a R$ 90 bilhões apenas nos primeiros meses deste ano. O cenário reforça preocupações sobre a sustentabilidade do sistema previdenciário e a pressão crescente sobre as finanças públicas.

O que explica o aumento do rombo do INSS?

Diversos fatores contribuem para o agravamento do déficit da Previdência. Entre os principais estão:

  • Envelhecimento da população: o número de aposentados e pensionistas continua crescendo, enquanto a base de contribuintes não avança no mesmo ritmo.
  • Informalidade no mercado de trabalho: milhões de brasileiros seguem fora do sistema formal, o que reduz a arrecadação do INSS.
  • Benefícios elevados e reajustes automáticos: muitos benefícios seguem regras de correção atreladas à inflação, o que aumenta os gastos mesmo quando a arrecadação estagna.
  • Desonerações e isenções fiscais: setores com alíquotas reduzidas ou isentos de contribuição também impactam negativamente o caixa do sistema.

Impacto nas contas públicas

O rombo do INSS representa hoje uma das maiores pressões sobre o orçamento federal. Só em 2025, a Previdência consumirá quase metade dos gastos primários do governo, dificultando investimentos em áreas estratégicas como saúde, educação e infraestrutura. Para se ter ideia, os R$ 90 bilhões de déficit acumulado até maio equivalem a mais do que o governo pretende investir em programas habitacionais ao longo de todo o ano.

Reforma da Previdência não foi suficiente?

A reforma aprovada em 2019 ajudou a frear o crescimento do déficit, mas seus efeitos foram gradativos e já absorvidos em boa parte. Especialistas alertam que novas medidas podem ser necessárias para garantir o equilíbrio das contas no longo prazo, como:

  • Incentivar a formalização do trabalho e ampliar a base de contribuição;
  • Reavaliar isenções e regimes especiais;
  • Estimular a adoção de regimes complementares de previdência.

Consequências para a população

Com o déficit crescente, o governo pode ter de tomar decisões difíceis, como:

  • Revisar regras de concessão de benefícios;
  • Postergar reajustes salariais no setor público;
  • Reduzir investimentos sociais ou buscar novas fontes de arrecadação.

Além disso, a confiança na estabilidade da aposentadoria pública pode ser impactada, incentivando uma maior busca por previdência privada e produtos financeiros de longo prazo.

Um sistema sob pressão

O INSS desempenha um papel fundamental na distribuição de renda no Brasil, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Porém, a manutenção do atual modelo sem ajustes pode comprometer essa função social e aumentar as desigualdades.

A questão do déficit previdenciário precisa ser tratada como prioridade nacional, com ações coordenadas entre governo, Congresso e sociedade civil. O equilíbrio das contas públicas não é apenas uma questão fiscal, mas de justiça entre gerações e segurança para o futuro dos trabalhadores brasileiros.


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